quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ECOLOGIA POPULACIONAL




     É a Ecologia a ciência que estuda as inter-relações entre os seres vivos com as condições físico-químicas do ambiente onde se integram. Desta forma ao conjunto de organismos que vivem numa determinada área bem como às interacções que se estabelecem entre esses seres vivos e entre eles e o meio designa-se por Ecossistema. O meio não vivo que esses seres frequentam designa-se por biótopo. O conjunto dos seres vivos do ecossistema e das relações que entre eles se estabelecem constitui uma comunidade oubiocenose. Desta forma pode dizer-se que o ecossistema inclui o biótopo e a comunidade. Cada conjunto de organismos da mesma espécie, que faz parte de uma comunidade em determinado período de tempo constitui a população.

Nicho Ecológico


     Os factores referidos em cima influenciam o modo como cada uma das espécies está presente num determinado ecossistema, isto é, determinam o nicho ecológico que ocupam.
     O nicho ecológico designa-se como o conjunto total de necessidades de uma população, isto é, o nicho representa o papel singular que cada espécie desempenha na utilização do ambiente para se alimentar, abrigar e ainda aproveitar os materiais necessários à sua sobrevivência e reprodução.
     Por exemplo duas populações podem viver no mesmo habitat e nunca o utilizarem da mesma forma, ou seja, podem ocupar esse habitat nichos diferentes. 

Populações ecológicas


     Ao fazermos referência a populações, devemos ter em conta características pertencentes à população no seu todo e outras que são atributos dos indivíduos da população.
     Cada população pode caracterizar-se pelas suas dimensões, densidade e modo de distribuição. Muitas vezes o conhecimento destas grandezas é difícil de obter, muitas vezes devido ao facto das populações serem naturais. Po isso há muitas ilações que são tiradas com base em populações criadas em laboratório ou observadas em condições ambientais mais ou menos controladas.
     Entende-se por densidade populacional bruta como o número de indivíduos dessa população, existentes, numa unidade de espaço e em determinado momento. Por exemplo, 5 milhões de algas por m3 de água.
     Se N representar o número de indivíduos e V ou S o espaço onde vivem, a densidade (δ) populacional será dada por N/S ou N/V.
     Geralmente prefere-se considerar a biomassa em vez do número de indivíduos, quando as dimensões destes são muito heterogéneas, como acontece com certas populações de peixes ou árvores.
     Existem certas metodologias para determinar a densidade:
- contagens totais, quando os organismos são grandes.
- amostragens representativas de uma população.
- marcação e recaptura – os animais são capturados, marcados e depois libertos. A percentagem de animais marcados e depois recapturados pode permitir fazer uma estimativa da população total.
- métodos indirectos envolvendo vestígios deixados pelos indivíduos da espécie: caça, pesca, armadilhas, alimentação ou consumo de oxigénio.
     As relações presa-predador representam um mecanismo controlador da retroacção. O aumento de presas permite o aumento de predadores que fazem diminuir o número de presas, e esta diminuição provoca a diminuição do número de predadores e assim sucessivamente. O número total de indivíduos tende, pois, a oscilar em torno de valores médios.
     Tal como as relações presa-predador, também os factores limitantes, as dimensões dos indivíduos, o nível trófico a que pertencem são, entre outros, alguns dos factores que controlam a densidade de uma população.
     Como por vezes, as áreas de distribuição são muito grandes e irregulares, em vez de densidade utiliza-se ou referencial, o chamado índice de abundância relativa, que pode significar um pequeno intervalo de tempo como, por exemplo, o número de aves vistas numa hora.
A emigração, a imigração, a natalidade e a mortalidade são acontecimentos determinantes da variação do número de indivíduos de qualquer populações e por isso são designados determinantes populacionais.
     A natalidade e a imigração são determinantes que tendem a aumentar o número de indivíduos de uma população, enquanto a mortalidade e emigração tendem a diminuir esse número.
     Se N representa o número de indivíduos de uma população, ΔN representa a variação desse número num certo período de tempo.Δt será o tempo durante o qual se verifica a variação em determinado espaço (geralmente em ano).
     Então ΔN/Δt dar-nos-á a taxa de variação do número de organismos num certo tempo, isto é, a taxa de crescimento e ΔN/Δt/N ou ΔN/NΔT é a taxa média de variação do número de indivíduos durante um certo tempo e por organismo. Designa-se, por isso, taxa específica de crescimento.
Admita uma população de 50 protozoários que se encontram em divisão num charco. Suponha que essa população aumentou para 150 indivíduos no decurso de uma hora.

Taxa de crescimento = 100/1 = 100 indivíduos/hora

Taxa específica de crescimento = 100/1/50 = 2, ou seja a partir de cada protozoário, numa hora, produzem-se dois.

Natalidade


     A natalidade é a capacidade de uma população aumentar consoante a sua taxa de reprodução. O número de nascimentos por ano denomina-se natalidade e o seu valor é  Natalidade = n.º de nascimentos (n)/Δt. A taxa percentual de natalidade é dada natalidade/N X 100. Quando se referem populações humanas a taxa de natalidade vem referida em permilagem.

Mortalidade


     A mortalidade refere-se ao número de mortes que ocorrem numa população, geralmente durante um ano, se se tratar de organismos de grandes dimensões. Assim Mortalidade = n.º de mortos (m)/ΔT
Sendo a taxa percentual de mortalidade dada como Mortalidade/N X 100. Também para as populações humanas se exprime a mortalidade em permilagem.



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